O SOM DO RELÓGIO F. Pessoa O som do relógio Tem a alma por fora: É seu necrológio, E mortalha sonora. Som do carpinteiro Pregando o caixão, Da pá do coveiro Abrindo-lhe o chão. Som do sino rouco De vago bezerro, Cambaleando um pouco, Seguindo-lhe o enterro. (Um plano que gora. Uma insana paixão. Um ato de louco. Seu último erro.)