O SOM DO RELÓGIO F. Pessoa O som do relógio Tem a alma por fora: A noite é de todos E a todos devora. Seu tique resfria O café pegajoso, Seu taque consome Um cigarro sem gozo. Espelhos e luzes, Cansados licores, Escuros recantos (Lacunas de amores), Reflexos parados, Palavras perdidas, São cinzas e tocos De sombras de vidas.