As ciências cognitivas afirmaram-se como a construção de uma nova ciência dos fenômenos constitutivos
dos aparelhos e os comportamentos psicobiológico e das interações entre estes aparelhos e os
comportamentos humanos (no que se refere também às suas formas altamente simbólicas, tais como as
linguagens e as culturas). Com o objetivo de compreender a inteligência humana, as ciências cognitivas
têm a finalidade de descrever, explicar, e, eventualmente, simular as principais disposições e
capacidades do espírito humano - linguagem, raciocínio, percepção, coordenação motora e planificação...
O método aplicado é o de escrever programas que copiem e reproduzam os modos como o ser humano pensa,
fala, compreende, aprende, procurando-se elaborar uma réplica da inteligência humana, o que sugere
o carácter totalizante das ciências cognitivas.
Ciências essas, que podem ser vistas como uma nova ciência do espírito, que para além da vertente
científica e descritiva, não negligencia a vertente filosófica. No entanto, a relativamente recente
evolução das ciências cognitivas dificulta a sua definição quer de um modo extensional, ou seja,
segundo os seus objetos de estudo, quer de uma forma intencional (que considera as opções teóricas
que elas sustentam de forma redutora quanto ás capacidades humanas).
No domínio das ciências cognitivas, uma definição é sempre uma problemática, que constitui o lado
apaixonante e enriquecedor deste espaço de debates e reflexões. Assim, estas ciências,
acabam por se tratar, muitas vezes, de interrogações sobre o Homem que remontam mesmo aos
primórdios da filosofia. Unidas pela preocupação comum com as relações espírito/cérebro, e com as
modelizações possíveis desta relação, com a análise dos funcionamentos aí implicados, ou com as
condutas daí derivadas, as disciplinas diretamente ligadas às ciências cognitivas são: as
neurociências, a inteligência artificial, a filosofia, a psicologia e a linguística.
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