Existem dois pontos de partida para definir a I.A. - sonho e tecnologia
( Terry Winograd )
Inteligência Artificial é hoje um domínio do conhecimento cada vez mais 'na moda'. Dela fala-se,
escreve-se, ouve-se falar, lê-se. Mas saberemos nós o que é na verdade esta ciência, o que estuda,
que aplicações práticas tem? A verdade é que muitas vezes os nossos conhecimentos sobre
Inteligência Artificial (I.A.) não vão além do 'isso tem qualquer coisa a ver com computadores, não é?'
A Inteligência Artificial é por um lado uma ciência, que procura estudar e compreender o fenômeno da
inteligência, e por outro um ramo da engenharia, na medida em que procura construir instrumentos para
apoiar a inteligência humana. A I.A. é inteligência como computação, tenta simular o pensamento dos
peritos e os nossos fenômenos cognitivos.
No entanto, a I.A. continua a ser a procura do modo como os seres humanos pensam, com o objetivo de
modelar esse pensamento em processos computacionais, tentando assim construir um corpo de explicações
algorítmicas dos processos mentais humanos. É isto o que distingue a I.A. dos outros campos do saber,
ela coloca a ênfase na elaboração de teorias e modelos da Inteligência como programas de computador.
Allen Newell em 1977, levantando a questão sobre o que é a Inteligência Artificial responde que "A I.A.
é conhecimento - teoria, dados, avaliação - que descreve os meios para alcançar uma classe de fins
desejados."
Os estudos em I.A. atualmente dividem-se em quatro ramos fundamentais. Distinguimos assim uma área ligada
ao estudo das redes neurais e ao conexionismo que se relaciona também com a capacidade dos computadores
aprenderem e reconhecerem padrões. Um outro ramo ligado à biologia molecular na tentativa de construir
vida artificial. Um terceiro relacionado com a robótica, ligada à biologia e procurando construir máquinas
que alojem vida artificial. E finalmente o ramo clássico da I.A. que se liga desde o início à Psicologia,
desde os anos '70 à epistemologia e desde os anos '80 à sociologia, e que tenta representar na máquina os
mecanismos de raciocínio e de procura.
Mas onde está a I.A.? Certamente 'dentro dos agentes que são capazes de representar as situações que enfrentam
e de realizar ações possuindo processos para manipular essas representações'. Mas estará ela no algoritmo, ou
pelo contrário na arquitetura de estados mentais?
A construção de máquinas inteligentes pressupõe a existência de estruturas simbólicas (representação), a
capacidade de elas poderem raciocinar (procura) e a existência de conhecimentos (matéria prima). Assim o
campo mais popular da I.A. é sem dúvida o da engenharia do conhecimento pois é aí que se concebem os
sistemas periciais, que são capazes de representar conhecimentos e de raciocinar.
Uma outra questão que se levantou desde os primeiros anos de I.A. foi se os computadores seriam realmente
capazes de aprender. Questão que, a partir da questão da representação de conhecimentos, e da capacidade das
máquinas serem inteligentes e capazes de raciocinar é um pilar da investigação em I.A.
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